sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A Figueira

A Figueira é a primeira planta citada por nome na Bíblia, é também símbolo do povo de Israel povo escolhido por Deus para, através deles, revelar-se a si mesmo e o Seu plano de salvação para a humanidade desde o início dos tempos até a volta de Cristo. No momento a figueira ainda não brotou, visto que ele se secou por ordem de Jesus, simbolicamente está passando por um longo inverno mas sabemos que ela vai brotar de novo e chegará novamente o verão; conforme citação profética encontrada no livro de Cantares de Salomão."O meu amado fala e me diz: Levanta-te, meu amor, formosa minha, e vem. Porque eis que passou o inverno; a chuva cessou, e se foi; aparecem as flores na terra, o tempo de cantar chega, e a voz da rola ouve-se em nossa terra. A figueira já deu os seus figos verdes, e as vides em flor exalam o seu aroma; levanta-te, meu amor, formosa minha,e vem.Pomba minha, que andas pelas fendas das penhas, no oculto das ladeiras, mostra-me a tua face, faze-me ouvir a tua voz, porque a tua voz é doce, e a tua face graciosa."(Cant. 2;10,14)
Vemos claramente Cristo, o esposo, chamando sua amada, a igreja, para as bodas. Ele próprio fez uma parábola falando do fim do mundo e de sua volta:


"Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão. Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo, às portas. Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça. Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão" (Mt 24.32-35).
Além da oliveira, da videira e do espinheiro, a figueira é uma ilustração de Israel, do judaísmo. Essas quatro "árvores" são mencionadas em uma passagem de Juízes (9.8-15). Além delas, também a romã é uma representação do povo judeu. Certamente a passagem bíblica que exprime com maior precisão que a figueira é uma ilustração de Israel está em Oséias 9.10, onde Deus, o Senhor, diz: "Achei a Israel como uvas no deserto, vi a vossos pais como as primícias da figueira nova..." É o que também se vê claramente em Jeremias 24.3-7: "Então, me perguntou o Senhor: Que vês tu, Jeremias? Respondi: Figos; os figos muito bons e os muito ruins, que, de ruins que são, não se podem comer. A mim me veio a palavra do Senhor, dizendo: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Do modo por que vejo estes bons figos, assim favorecerei os exilados de Judá, que eu enviei deste lugar para a terra dos caldeus. Porei sobre eles favoravelmente os olhos e os farei voltar para esta terra; edificá-los-ei e não os destruirei, plantá-los-ei e não os arrancarei. Dar-lhes-ei coração para que me conheçam que eu sou o Senhor; eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus; porque se voltarão para mim de todo o seu coração."
Além disso, a figueira contém um sentido profético muito profundo, o que se vê claramente nas palavras proféticas de Jesus quando fala da Sua vinda: "Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão. Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo, às portas" (Mt 24.32-33).
A seguir vamos analisar a figueira Israel à luz profética da Bíblia, perguntando-nos o que podemos aprender dela: "Aprendei, pois, a parábola da figueira..." Três simbolismos chamaram a minha atenção e quero compartilhá-los a seguir:

Primeira representação: a figueira como mestre que ensina o caminho certo, o caminho para a justiça verdadeira, legítima e permanente

Onde a figueira (Israel) aparece pela primeira vez na Bíblia?

Talvez alguns leitores dirão que encontramos em Gênesis 12 o chamamento de Abraão como primeiro hebreu, seguido pelo seu filho Isaque e pelo seu neto Jacó, cujo nome foi mudado por Deus para Israel em Gênesis 32.28: "Então disse: Já não te chamarás Jacó, e sim Israel, pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste." É correto que o nome Israel aparece aqui pela primeira vez.
Mas eu creio que a figueira (Israel), na profundidade profética dos desígnios da salvação de Deus ("Aprendei, pois, a parábola da figueira..."), já aparece nas primeiras páginas da Bíblia, isto é, em Gênesis 3.7: "Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueiras e fizeram cintas para si." Segundo o meu entendimento, encontramos aqui a primeira menção de Israel como figueira na Bíblia, ou seja, o Israel da lei, que apenas pode cobrir o pecado.
Além da árvore da vida e da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2.9), a figueira ("...coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si") é a única árvore do jardim do Éden mencionada pelo nome. Para mim, a menção da figueira já nas primeiras páginas da Bíblia (ao lado de inúmeras outras árvores paradisíacas criadas por Deus, cujos nomes não são citados) é uma gloriosa figura da eleição de Israel: "...o Senhor, teu Deus, te escolheu, para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos que há sobre a terra" (Dt 7.6).
Além da árvore da vida e da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2.9), a figueira ("...coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si") é a única árvore do jardim do Éden mencionada pelo nome.
Adão e Eva haviam pecado e, em conseqüência, reconheceram que estavam nus. Então eles apanharam folhas de figueira e cobriram sua nudez com essas folhas. Entretanto, assim eles somente puderam cobrir a sua culpa, mas não puderam obter o perdão do seu pecado. Para isso foi necessário um sacrifício de sangue: "Fez o Senhor Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu" (Gn 3.21) Isso significa que Deus matou dois animais e, com sua pele, cobriu a nudez dos dois primeiros seres humanos. O sangue derramado nesse ato serviu para o perdão do pecado.
Portanto, já nas primeiras páginas da Bíblia é revelado profeticamente todo o Plano de Salvação. Ali ele ainda está envolto em mistério, mas no decorrer de outras revelações posteriores tornou-se cada vez mais nitidamente visível.
O que aprendemos disso?

1. As folhas da figueira apontam para uma outra salvação, que é melhor e mais perfeita

Em Hebreus 7.19 está escrito: ("...pois a lei nunca aperfeiçoou coisa alguma), e, por outro lado, se introduz esperança superior, pela qual nos chegamos a Deus." Mas quem é a esperança superior, acima da lei? O sacrifício providenciado por Deus em Jesus Cristo na cruz!
Segundo o meu entendimento, as cintas de folhas de figueira indicam a necessidade de uma vestimenta mais definitiva, que exigia um sacrifício com sangue, uma esperança superior. Depois que Adão e Eva pecaram, imediatamente souberam que estavam nus e que deviam cobrir-se: "...coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si." Mas isso não foi suficiente diante do Deus santo. Por isso, cheio de misericórdia, Ele matou dois animais e "fez o Senhor Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu."
Exatamente este é o sentido e a finalidade de Israel no Plano de Salvação. A figueira Israel, do começo até o fim, aponta para a salvação superior em Jesus Cristo, o Grande Sacrifício da Justiça de Deus. Em Israel nos foi dada a lei. Mas por meio dela reconhecemos que somos pecadores e carecemos da graça de Deus. Outrora Adão e Eva tomaram as folhas da figueira, mas perceberam que essas cintas feitas por eles mesmos não podiam salvá-los do pecado que haviam cometido e que necessitavam de outra salvação.
Quase toda a Epístola aos Hebreus mostra que o antigo Israel, em todos os seus procedimentos, é uma indicação para Cristo; que todos os seus sacrifícios apontam para o perfeito sacrifício de Jesus na cruz, e que o sumo sacerdote judeu da Antiga Aliança é uma referência ao Sumo Sacerdote verdadeiro, definitivo e eterno: Jesus Cristo.
A figueira Israel, do começo até o fim, aponta para a salvação superior em Jesus Cristo, o Grande Sacrifício da Justiça de Deus.
Israel sob a lei aponta para a graça (Gl 3.24). Em Israel, sob a lei, os pecados puderam ser apenas cobertos (folhas de figueira). Mas pelo sacrifício de Jesus, com sangue – que maravilhosa boa nova de salvação!! – os pecados são perdoados e tirados. A respeito lemos em Hebreus 9.26: "...Ora, neste caso, seria necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado."

2. Pelas folhas da figueira vemos que as obras da lei não podem produzir a justiça que vale diante de Deus

Em nenhum lugar isso é demonstrado mais claramente do que na figueira Israel. Em todo o decurso da história desse povo, Deus mostrou a todo o mundo que a lei não pode salvar.
Mas justamente este é o grande problema de Israel até hoje, pois eles continuam pensando que podem ser salvos pelas obras da lei. A Bíblia, porém, ensina inequivocamente: "...por obras da lei, ninguém será justificado" (Gl 2.16). Em Gálatas 3.10 isso é expresso de maneira ainda mais precisa: "Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo da maldição..." O apóstolo Paulo dirigiu essas palavras profundamente sérias em primeiro lugar aos crentes na Galácia, que além da graça em Jesus Cristo ainda queriam assumir as leis do judaísmo. Como Adão e Eva ("...coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si)", hoje muitos procuram alcançar o favor de Deus pela observância da lei ou de exercícios religiosos. Conheci, por exemplo, um homem que antes de se converter a Jesus orava o "Pai Nosso" 150 vezes por dia. Todos que fazem tais coisas se esforçam em vão, pois assim estão realmente "...debaixo da maldição". Diante disso, como soa maravilhosa a mensagem do sacrifício de Jesus na cruz: "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito (Dt 21.23): maldito todo aquele que for pendurado em madeiro" (Gl 3.13)"fez o Senhor Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu." Ele realizou uma salvação superior!
Hans Brandenburg disse certa vez:
O legalismo é o equívoco de trocar o diagnóstico pela terapia... Legalismo sempre é algo pela metade. Em geral o homem escolhe um ponto especial que está disposto a observar e guardar, e então se apóia na pressuposta observância dessa lei e negligencia a comunhão com Jesus.
Exatamente assim também Paulo se expressa quando fala da figueira Israel: "Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus" (Rm 10.3-4).
Qual é a sua situação? Você já aceitou a graça? No fundo, é tudo tão simples: basta ir ao Senhor Jesus Cristo e Lhe entregar toda a nossa vida. Na verdade, este já é o passo do arrependimento, quando reconhecemos: "Eu sou um grande pecador". É impossível mencionar todos os pecados que cometemos em pensamentos, palavras e ações durante nossa vida. Por isso, venha a Jesus Cristo com toda a sua vida e diga a Ele: "Eu sou um grande pecador. Senhor, eu preciso de Ti para toda a minha vida – para tudo que houve, para tudo que é, e para tudo que virá. Eu te aceito agora como meu Salvador". Então você experimentará repentinamente o que é salvação verdadeira – pois esta é a justiça em Jesus, a justiça que tem valor diante de Deus!
Já nas primeiras páginas da Bíblia a figueira nos é mostrada como uma ilustração de Israel, como um livro didático de Deus ensinando sobre a salvação verdadeira. Assim como as folhas de figueira de Adão e Eva indicavam o anseio de salvação – e mais além o sacrifício pleno e suficiente de Jesus Cristo –, Israel nos é dado como um exemplo que aponta para a graça redentora. Por meio deste povo nos é mostrado claramente o anseio por salvação e a satisfação desse anseio em Jesus Cristo.

Segunda representação: a figueira como mestre que ensina sobre a salvação

Já nas primeiras páginas da Bíblia a figueira nos é mostrada como uma ilustração de Israel, como um livro didático de Deus ensinando sobre a salvação verdadeira.
Em 2 Reis 20.5-7 o Senhor diz ao Seu profeta Isaías: "Volta e dize a Ezequias, príncipe do meu povo: Assim diz o Senhor, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas; eis que eu te curarei; ao terceiro dia, subirás à Casa do Senhor. Acrescentarei aos teus dias quinze anos e das mãos do rei da Assíria te livrarei, a ti e a esta cidade; e defenderei esta cidade por amor de mim e por amor de Davi, meu servo. Disse mais Isaías: Tomai uma pasta de figos; tomaram-na e a puseram sobre a úlcera; e ele recuperou a saúde."
O que aprendemos disso?

1. A figueira Israel existe para salvação

Israel é como uma pasta de figos, como remédio para a humanidade, para todas as nações. Mas não é em si mesmo que este povo é salvação e bênção sobre a terra. Israel só pode ser uma ajuda para um mundo enfermo por causa dAquele que vem de Israel e se tornou o sacrifício para o mundo: Jesus Cristo. Este já foi o desígnio de salvação de Deus com Abraão, quando falou ao patriarca de Israel: "...em ti serão benditas todas as famílias da terra." (Gn 12.3b). Jesus é o Salvador do mundo, mas foi o judaísmo que o trouxe ao mundo. Essa é a única razão de ser do povo judeu, do qual o Eterno de Israel fez vir Seu Filho Jesus Cristo para salvação do mundo inteiro!
Os botânicos descrevem a figueira da seguinte maneira:
– "Tem tronco retorcido com casca clara". Em si mesmo, Israel é torto e rebelde, mas resplandece por meio de Jesus Cristo. Tive que pensar em Moisés, que em si mesmo também era "torto". Mas quando retornava do encontro com Deus, "a pele do seu rosto resplandecia" (Êx 34.29).
– "A ramada se estende em todas as direções e tem folhas com cinco pontas". Israel se tornou salvação para todos os povos. O Evangelho foi anunciado primeiramente em Jerusalém, Samaria e Judéia, mas depois, partindo de Israel (figueira), – para todas as direções, para todos os povos. Folhas com cinco pontas: cinco é o número da graça. Uma pasta de figos foi colocada sobre a parte enferma do corpo de Ezequias e ele foi curado. Jesus teve cinco ferimentos que se tornaram a salvação do mundo.
Em Isaías 49.3 está escrito: "...e me disse: Tu és o meu servo, és Israel, por quem hei de ser glorificado" (Is 49.3). Aqui vemos a identificação de Israel com seu Filho maior, Jesus Cristo. A figueira Israel, em conexão com Jesus, o Messias, tornou-se a salvação para o mundo. Por isso está escrito mais adiante: "Sim, diz ele: Pouco é o seres meu servo, para restaurares as tribos de Jacó e tornares a trazer os remanescentes de Israel; também te dei como luz para os gentios, para seres a minha salvação até a extremidade da terra" (Is 49.6). Aqui a Palavra de Deus não se refere mais a Israel propriamente, mas Àquele que viria de Israel, a Jesus Cristo: "...pouco é o seres o meu servo, para restaurares as tribos de Jacó e tornares a trazer os remanescentes de Israel..." Pois Israel não poderia restaurar a si mesmo, nem poderia tornar a trazer os remanescentes de si mesmo. E como a figueira Israel em si mesma é torta, resplandecendo somente em seu Messias, assim também é evidente que as palavras seguintes se referem ao Filho maior de Israel: "...também te dei como luz para os gentios, para seres a minha salvação até a extremidade da terra". Por isso Jesus disse em João 4.22b: "...a salvação vem dos judeus."

2. Profeticamente parece que já se delineia também a futura salvação de Israel – seu próprio restabelecimento se avizinha

Voltemos novamente para o rei Ezequias, que já estava diante da morte, mas em lágrimas implorou a cura ao Senhor. Deus ouviu sua oração e ordenou a Isaías: "Volta, e dize a Ezequias, príncipe do meu povo: Assim diz o Senhor, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração e vi as tuas lágrimas; eis que eu te curarei; ao terceiro dia, subirás à casa do Senhor. Acrescentarei aos teus dias quinze anos e das mãos do rei da Assíria te livrarei, a ti e a esta cidade; e defenderei esta cidade por amor de mim e por amor de Davi, meu servo. Disse mais Isaías: Tomai uma pasta de figos; tomaram-na e a puseram sobre a úlcera; e ele recuperou a saúde" (2 Rs 20.5-7).
Assim como Ezequias, também Israel ainda terá que enfrentar angústia mortal. Pois no tempo da Grande Tribulação todas as nações da terra se voltarão contra Israel e se reunirão em Armagedom para destruí-lo totalmente. Mas então esse povo, em agonia, como Ezequias outrora, clamará ao Senhor com suas últimas forças: "Deus de Abraão, Isaque e Jacó! Nosso Messias, vem e salva-nos dos nossos inimigos!" Ele ouvirá Seu povo e o salvará – Israel poderá ir ao templo novamente (pois Jesus levantará o templo do Milênio) – Ele derrotará os inimigos de Israel e protegerá a cidade de Jerusalém.
A história de Ezequias se encaixa no contexto das afirmações de Deus sobre o futuro de Israel e da vinda de Jesus. Assim talvez já possamos ver, na pasta de figos, por meio da qual a saúde de Ezequias foi restabelecida, um paralelo da figueira restabelecida em Mateus 24: "Aprendei, pois, a parábola da figueira..." E a declaração: "...no terceiro dia subirás à casa do Senhor", é no mínimo interessante. Pedro disse: "Há, todavia, uma cousa, amados, que não deveis esquecer: que, para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia" (2 Pe 3.8). Desde a primeira vinda de Jesus a Belém já se passaram quase dois mil anos (dois dias divinos). Não é em vão que após 1948 anos Deus fez de Israel novamente um povo na Terra Prometida, e no ano de 1967 lhe devolveu a cidade de Jerusalém. Será que Israel subirá novamente à casa do Senhor no "terceiro dia"? Não sabemos o momento exato da vinda de Jesus para a Sua Igreja, nem o dia da Sua volta para Seu povo Israel. Mas vemos e presenciamos em nossos dias a restauração da figueira: Israel é conduzido em direção à sua cura. E nosso Senhor prometeu expressamente: "Em verdade vos digo que não passará esta geração, sem que tudo isto aconteça. Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão" (Mt 24.34-35).

Terceira representação: a figueira como mestre que ensina sobre os desígnios proféticos da salvação de Deus

Em Lucas 17.5-6 lemos: "Então, disseram os apóstolos ao Senhor: Aumenta-nos a fé. Respondeu-lhes o Senhor: Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te no mar; e ela vos obedecerá."
É preciso esclarecer que, conforme diversos autores, a árvore aqui chamada de amoreira é, na verdade, o sicômoro, a figueira brava, a mesma árvore em que Zaqueu subiu para ver Jesus (Lucas 19). Um dicionário da Bíblia diz a respeito: "O sicômoro pode atingir até 16 metros de altura e alcança uma circunferência de até 10 metros. A madeira é dura, uniforme e muito durável e, depois do cedro, é a melhor madeira para carpintaria."
Certa vez o Senhor Jesus apontou para esse fato ao dizer: "Portanto, vos digo que o reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que lhe produza os respectivos frutos" (Mt 21.43).
O Senhor Jesus apontou para uma árvore tão grande e disse aos seus apóstolos, que eram judeus: "Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te no mar; e ela vos obedecerá." Certamente podemos dizer que, no sentido profético, isso se cumpriu exatamente. Foi o que realmente aconteceu com a figueira Israel, que no tempo de Jesus havia se tornado um povo orgulhoso. Os israelitas foram desarraigados da sua pátria judaica e lançados no mar das nações. Este foi um desígnio de salvação de Deus e tornou-se uma bênção para os povos. Por meio da fé dos apóstolos, que eram judeus, descendendo eles mesmos da figueira, o Evangelho foi levado aos gentios.
A Bíblia fala em Atos 13.46-47 sobre essa transferência do Evangelho de Israel para as nações: "Então, Paulo e Barnabé, falando ousadamente, disseram: Cumpria que a vós outros, em primeiro lugar, fosse pregada a palavra de Deus; mas, posto que a rejeitais e a vós mesmos vos julgais indignos da vida eterna, eis aí que nos volvemos para os gentios. Porque o Senhor assim no-lo determinou (Is 49.6): Eu te constituí para luz dos gentios, a fim de que sejas para salvação até aos confins da terra." Ao desarraigamento espiritual de Israel seguiu-se, então, também o desarraigamento como nação: no ano 70 d.C. os judeus foram arrancados de sua terra e espalhados por todo o mundo.
Os apóstolos tiveram a fé para transplantar a bênção de Israel para o mar das nações. O Messias deles nos foi trazido como o Cristo. Certa vez o Senhor Jesus apontou para esse fato ao dizer: "Portanto, vos digo que o reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que lhe produza os respectivos frutos" (Mt 21.43).
O que parecia juízo – e, com certas reservas, também o foi – tornou-se uma bênção para os gentios. Paulo fala a respeito em suas palavras aos judeus, e assim explica que, de acordo com Isaías 49.6, isso foi necessário para se tornar salvação e luz para todos os gentios. Enquanto o sicômoro foi transplantado ao mar das nações, nós nos tornamos participantes da "bênção e seiva salvadora" da figueira. A esse respeito Paulo diz em Romanos 11.11: "Porventura, tropeçaram para que caíssem? De modo nenhum; mas, pela sua transgressão, veio a salvação aos gentios..."
Mas Israel não continuará para sempre com suas raízes arrancadas. A palavra profética da Bíblia promete à figueira seu restabelecimento na terra dos pais – o que acontece desde 1948 e continuará acontecendo –, com o que também a bênção volta para a terra e para o povo de Israel.
Mas Israel não continuará para sempre com suas raízes arrancadas. A palavra profética da Bíblia promete à figueira seu restabelecimento na terra dos pais – o que acontece desde 1948 e continuará acontecendo –, com o que também a bênção volta para a terra e para o povo de Israel. A figueira novamente lançará raízes e trará frutos. Por isso Paulo continua dizendo: "Ora, se a transgressão deles redundou em riqueza para o mundo, e o seu abatimento, em riqueza para os gentios, quanto mais a sua plenitude!" (v. 12). Esse novo arraigamento da figueira Israel na sua terra para restauração espiritual e nacional também é salientado em Romanos 9.26: "e no lugar em que se lhes disse: Vós sois o meu povo; ali mesmo são chamados filhos do Deus vivo." De que lugar se fala aqui? Da terra de Israel!
Assim, finalmente tudo converge na gloriosa promessa de Miquéias 4.4: "Mas assentar-se-á cada um debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, e não haverá quem os espante, porque a boca do Senhor dos Exércitos o disse" (compare também Ageu 2.19). O sentar-se debaixo da videira e da figueira é uma maravilhosa imagem de uma vida em paz assegurada. Agora ainda não é assim, mas Israel será levado a isso – no Milênio de Jesus Cristo. Já o reinado de Salomão apontou para o Milênio, onde um dia reinará paz: "Judá e Israel habitavam confiados, cada um debaixo da sua videira, e debaixo da sua figueira, desde Dã até Berseba, todos os dias de Salomão" (1 Rs 4.25). Isso se cumprirá de maneira completa quando Jesus Cristo voltar ao Seu povo como o Messias de Israel. Por isso oramos: "Maranata – vem Senhor Jesus!" (Norbert Lieth

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

DICAS PARA SE TORNAR UM MÚSICO MELHOR

25 Dicas Para Se Tornar Um Músico Melhor
Introdução
Estamos empenhados no estudo do instrumento musical que escolhemos, porque gostamos, e então agora é a hora perfeita para você começar a tocar de uma vez, ou até mesmo tirar a poeira do seu Sax, trombone, violão,  guitarra e o enferrugem das teclas e 6 cordas. É isso mesmo, estamos aqui com 25 dicas para se tornar um instrumentista melhor, todas extraídas de mentes obcecadas por música! Lembramos que não são dicas sobre técnicas e equipamentos, e sim dicas onde normalmente você não aprende numa escola de música, num curso ou vê na tv, mas são dicas que o farão abrir os olhos sobre alguns aspectos.                  Então vamos dar uma conferida!

1/25) Toque com seus amigos!
Música é sobre  comunicação e expressão, e mesmo que você progrida aos trancos e barrancos tocando com outras pessoas, essa é uma etapa fundamental. Tocar com outras pessoas vai te oferecer: ritmo para outra pessoa conduzir, desenvolver melhor os compassos, tempo e resposta para tocar cada outro lick.
“Muita gente pode tocar muito bem sozinho em seu quarto, mas você fará mais progresso tocando com outras pessoas. Você não desenvolve um senso de ritmo tocando sozinho.” Gary Moore.
2/25) Aprenda a tocar as músicas nota-por-nota.
Por mais penoso que seja, aprender uma canção nota-por-nota e do começo ao fim não só aumenta seu repertório – como também irá melhorar o seu foco, seu tempo (timing), e sua apreciação geral do que um instrumentista deve (ou não) tocar quando não está no centro das atenções.

3/25) Cursos Intensivos
Poucos músicos têm o luxo de estudar por anos, em tempo integral, para ganhar um grau ou diploma na música popular. Assim, junto com seus programas de graduação, verifique se alguma instituição acadêmica da sua região não desenvolveu algum curso focado e intensivo que pode durar um final de semana ou uma semana. Este é um bom caminho para pegar uma boa base.

4/25) Conheça um tutor ou aulas com um professor
Isto não apenas serve para os iniciantes. Mesmo se você tiver um talento natural ter um bom professor poderá sempre apontar o que você poderia melhorar, ou ajudar a desenvolver melhor um estilo que você nunca imaginou que conseguisse  evoluir. Um bom tutor é sempre bem-vindo.
5/25) Compre um livro
Um livro ao estilo Teach Yourself (é uma marca da Educação Hodder , especializada em livros de auto-instrução normalmente publicados no formato de bolso)  pode ser uma ferramenta poderosa para você erradicar velhos hábitos, pegar uma base mais sólida, desenvolver melhor uma técnica. Esses livros são bons em casos de você sentir que seus estudos andam meio atrofiados.
6/25) Pense e faça diferente
Toque algum lick ou ligadura que você já esteja quase confortável em tocar em uma posição diferente sobre o braço da guitarra, e/ou com digitações paralelas utilizando outros recursos que seu instrumento oferece: você vai expandir seu vocabulário na hora de solar e melhorar o poder de visualização da escala de seu instrumento.
7/25 ) Pratique sem o instrumento
Há muito o que aprender mesmo sem uma instrumento na mão. Identificar os tempos em sua rotina diária, tirar meia hora para ler um livro de teoria musical, assistir a um DVD para treinamento e lições, memorizar alguns tipos de acordes novos ou ouvir de volta as gravações de você tocando: no ônibus, no metrô, no carro … tudo isso acrescenta na sua tocabilidade.
8/25) Enfrente e aprenda uma teoria por vez
Se todas as escalas soam gregas para você, ou se CAGED  (sistema CAGED: Dó, Lá, Sol, Mi e Ré  mostra que existe varias formas de se montar um acorde, com os shapes dos acordes de C,A,G,E,e,D, em qualquer tom) faz você se sentir claustrofóbico, então comece pequeno… mas certifique-se de começar. “Você começa com Harmonia Diatônica (diatônica maior) – acordes na escala maior – e logo você vai perceber que há outras coisas. Conhecimento é bom, mas pode, temporariamente, te parafusar se você não perceber que você não sabe tudo. “ Paul Gilbert.

9/25) Toque com os melhores músicos que você encontrar
Ter contato com músicos de alta qualidade é sempre bom, vê-los tocar e tocar junto com eles te fará abrir os olhos para algumas coisas e um upgrade em algumas percepções.
10/25) Defina um bom lugar para praticar
Quanto melhor e mais agradável for o ambiente na qual você irá gastar seu tempo treinando, mais você terá prazer em ficar lá.                                                                                                       Considere equipar a sua sala com um aparelho de som decente, e leitor de DVD ( com controle remoto e ajustes programáveis para facilitar o aprendizagem). Compre também uma pedestal/suporte para acompanhar as partituras. E tente manter um ambiente mais limpo e organizado para eliminar as distrações externas.
11/25) Cuide de seu instrumento
Mantenha a seu instrumento  sempre em bom estado para manter o prazer de tocá-lo sempre. Vale a pena deixa-lo sempre bem afinado, e em bom estado, e acredite, você não vai querer um instrumento que te desmotive a tocar.

12/25) Compre um slide e um capotraste para sua guitarra ou violão
Poucas coisas te dão um retorno tão imediato e tão barato quanto esses itens, se você não tiver compre logo, isso vai rejuvenescer o seu som permitindo também experimentar novos estilos.



13/25)  Compre um metrônomo
Isso é algo fundamental para o aprendizado ou para tirar algum solo em qualquer instrumento, se você ainda tem dúvidas sobre isso, veja esse depoimento:
“Eu ainda pratico as minhas pentatônicas todos os dias usando um metrônomo. Uma boa tocabilidade na guitarra é baseada em fraseados e é importante manter isto“. Zakk Wylde.
14/25) Identifique os problemas
Seu vibrato está sem empolgação? Seu legato não agrada? Seu hammer-on é ruidoso? Seus staccatos e  pizzicatos não tem graça? bends estão pegando as notas certas? Ter a opinião de alguém, ou algum amigo seu que consiga ter uma boa crítica é importante, e com o tempo, você poderá corrigir tais defeitos.
15/25) Fraseados
Músicos  acostumados a tocar por conta própria muitas vezes dão pouca atenção aos fraseados e tendem a tocar quase que continuamente. Um bom fraseado é a marca de muitos instrumentistas  famosos. Para desenvolver o seu, tente tocar um pouco fora da batida, empregue uma repetição rítmica, e a melhor parte – toque com outras pessoas.

16/25) Toque um instrumento diferente
Se você estiver numa banda, troque de instrumento no final de uma sessão. Além de garantir algumas gargalhadas, você ganhará uma perspectiva refrescante no seu próprio instrumento. Muitos guitarristas famosos são multi-instrumentistas, ou foram para o seu instrumento com uma base em outro. Se você é um compositor, experimente trocar de instrumentos para ajudar na sua criatividade.
17/25) Toque fora de sua zona de conforto
Nunca toque em piloto automático, esteja sempre ligado no que está tocando, além de não ter graça para você, isso fará a sua platéia se entediar e fazer vários bocejos.

18/25) Aproveite bem os seus ensaios
Faça um favor para aqueles que te ouvem: não prolongue os seus ensaios desnecessariamente. Escolha um bom tempo (algo como 2 horas), e faça um pacto de manter o foco por durante  todo o ensaio.  E os vizinhos continuarão seus amigos.
19/25) Divirta-se
Pergunte-se a si mesmo por que você pegou no seu instrumento em primeiro lugar, e sempre tente tocar com o mesmo entusiasmo e liberdade. Esteja preparado para erros porque é assim que você aprende, é assim que você encontra um riff. Da mesma forma de quando estver tocando com amigos, às vezes é trabalhoso, mas tem que ser divertido.
20/25) Assista bandas ao vivo frequentemente
Ver shows ao vivo regularmente é bom para manter viva a sua motivação em continuar e inspirar na hora de tocar, além é claro de apoiar as bandas locais.

21/25) Nunca ache que já sabe tudo
Chegar num nível de profundidade de conhecimento é bom, mas sempre vai chegar uma hora em que a sua aprendizagem chegará numa zona de conforto onde você terá preguiça por aprender mais, nunca se deixe cair nessa armadilha e sempre evolua!
22/25) Durma e alimente-se bem
Estar com o corpo e a mente saudáveis é importante para ter a cabeça sempre aberta para criar coisas ou aprender alguma habilidade nova. Use o seu corpo a seu favor!
23/25) Faça novos exercícios
Se a primeira coisa que você toca quando pega no instrumento é sempre mais ou menos a mesma coisa – uma progressão de acorde favorito, ou lick -  você pode simplesmente estar repetindo aquilo que já sabe. Você está realmente ficando cada vez melhor? Lembre-se que o torna melhor é fazer coisas diferentes.

24/25) Aprenda um desenho novo de acorde todos os dias
Consiga algum livro de acordes, e vai tirando aos poucos todos os dias algum acorde. Os livros são uma das melhores maneiras de adquirir novos acordes. Isso é importante para fazer com que seu ouvido se acostume com certas mudanças de padrão.

25/25) Feche os olhos
Para desenvolver uma compreensão inconsciente e um “mapa mental” das partes do instrumento – e para ajudar na performance ao vivo – pratique algumas progressões de acordes e improvise alguns solos com os olhos fechados. É mais difícil do que você imagina, mas você vai colher recompensas a longo prazo …não se preocupe, você tem tempo...

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

EFEITOS DA MÚSICA - 1


O despejar contínuo de música durante as horas de lazer, em casa e no serviço, não apenas é capaz de nos fazer adoecer, como também pode ser a causa de certos tipos de conhecimento serem totalmente apagados de nosso cérebro.
    Essa alarmante declaração foi feita em novembro de 1975 por um pedagogo e sociólogo da música, o dr. Hermann Rauhe, de Hamburgo. Ele explicou o fenômeno da seguinte maneira:
Certas estruturas musicais, como por exemplo o acid rock (rock pauleira), ou ritmos semelhantes, super excitantes e duros, levam a um derramamento de hormônios. Se esse tipo de música é consumido regularmente, ocorre uma superprodução de hormônios e, conseqüentemente, uma oferta demasiadamente grande de energia que, em geral, não pode ser gasta, por falta de exercícios.
    Os resultados disso, segundo o professor Rauhe, são a arteriosclerose e os enfartes cardíacos, causados por poluição sonora do meio ambiente.
    Os antigos já sabiam, muito antes de nós, que a música pode fazer as pessoas adoecerem ou mesmo enlouquecerem, como mostra o exemplo histórico da destruição das muralhas de Jericó pelo som de trombetas. Talvez os antigos soubessem muito mais sobre o efeito da música do que nós. Diz Agrippa de Nettes-heim (1486-1535):  “Saxo Grammaticus (1150-1208) conta em sua História dos Dinamarqueses sobre um músico que se vangloriava de ser capaz de fazer os outros enlouquecerem. O rei ordenou-lhe, então, provar a veracidade de suas declarações, o que ele fez. Começando a tocar música erudita e solene, prosseguiu com melodias mais alegres e vivas que levaram a audiência a fazer gestos e movimentos, até todos perderem totalmente o equilíbrio, dominados por melodias e ritmos cada vez mais empolgantes e loucos”.
    Sobre os aspectos demoníacos da música, diz Willy Schroeder:  “Existe uma magia satânica dos sons. Já nos tempos mais antigos, a música era apreciada como um instrumento de magia. Tanto os magos brancos quanto seus adversários, os magos negros, utilizaram sons que, numa determinada combinação e ritmo, agiram de acordo com certas leis do ocultismo. O fato de que tenhamos esquecido essas leis não impede que elas tenham aplicação nas aquisições mais modernas da música atonal. Os que praticam essa música estão conscientes de sua influência sobre a alma humana, aplicando, mesmo inconscientemente, o princípio satânico baseado na desorganização dos tons e na desarmonia. O atonal é o imoral da música. Esses sons tinham um lugar importantíssimo nas bacanais, nas orgias e nos rituais do satanismo. Nas missas negras, por exemplo, tocava-se música atonal”.

Um remédio capaz de prolongar a vida
    A música, porém, pode exercer tanto uma influência maléfica quanto benéfica sobre homens e animais.
    Hoje em dia, temos a terapia musical, cuja importância já era reconhecida pelos nossos antepassados e aplicada em grande escala.
    Segundo a Enciclopédia de Brockhaus, a terapia musical é “um remédio psicoterapêutico da condição psicossomática do ser humano. O esforço de curar as doenças com a ajuda da música é antiquíssimo”.
    De fato, entre os árabes e egípcios, o médico era um músico mágico, influenciando corpo e alma com o poder do som. E um provérbio chinês, de há 3.000 anos, enaltece a música como “um remédio que prolonga a vida”.
    Também no Velho e Novo Testamento encontramos muitos exemplos do poder curador da música. E, em certas tribos norte-americanas, o pajé, para curar certas doenças, cantava melodias para seus pacientes, para ajudar em sua recuperação, ao mesmo tempo que os aconselhava a inventarem e cantarem eles mesmos outras canções.
    Contudo, o fato de povos “primitivos” muitas vezes revelarem maior confiança no poder de tambores e trombetas para curar doenças nada tem a ver com superstição. O lama, sacerdote tibetano, que também é médico e entra na casa dos pacientes, fazendo música, não quer exatamente curar o doente com a sua música. Ele apenas usa a música como meio de concentrar a força de vontade do paciente e levá-lo ao êxtase necessário para que ele se cure.
    Os gregos veneravam Esculápio, filho de Apolo e, em sua mitologia, o deus da medicina descendia diretamente do deus da música. Na Ilíada, de Homero, podemos ler que uma epidemia causada por Apolo foi eliminada pelo coro dos Aechaeros. Também no livro 29 da Odisseia, conta-se que um ferimento de Ulisses parou de sangrar quando tratado com música.
    Há inúmeros exemplos onde a música, como remédio, faz “milagres”. O filósofo e matemático grego Pitágoras (570-497 a.C.) livrou-se de um bando de lobos prontos a devorá-lo tocando sua flauta, e foi um dos primeiros que tentou curar doenças com a ajuda da música. Assim, ele tocou uma música séria e suave, num determinado ritmo, para curar um rapaz bêbado que estava querendo queimar a casa de sua amada, por ciúme.
    Por sua vez, o filósofo e naturalista grego Tales de Mileto (650-560 a.C.) — um dos sete sábios da Grécia e também um de seus maiores filósofos e músicos — evitou, através de doces melodias, uma revolta popular na Lacedemônia, bem como acabou, através da música de sua harpa, com uma peste terrível que surgiu como uma “contaminação melancólica” (diríamos hoje “contaminação psíquica”).
Casos mais recentes
Mais de sete mil corredores de uma meia-maratona que ocorreu em Londres, no Reino Unido, no início de outubro, estavam sob o efeito de um poderoso estimulante para aumentar a performance: a música pop. Pesquisadores identificaram que algumas trilhas sonoras podem
ser até mais poderosas e eficientes para o desempenho de atletas do que substâncias ilegais que são encontradas com freqüência em exames antidoping.
Segundo Costas Karageorghis, consultor de psicologia do esporte da Universidade de Brunel, na Inglaterra, e autor da pesquisa, para avaliar os competidores, uma canção foi tocada eventualmente durante o percurso de 20 km por 17 vezes. Quando a intensidade física começa a diminuir é o momento em que os efeitos se tornam mais eficazes, de acordo com o especialista. Por isso, os participantes não escutaram a canção constantemente.
Em entrevistas ao final da corrida, os competidores consideraram o procedimento muito divertido e inspirador. Apesar da forte chuva e do vento, Karageorghis identificou que a música traz uma motivação extra aos atletas, mesmo que alguns não esteja participando do evento de forma coesa. "A necessidade psicológica de obter algo satisfatório estimulou os competidores a criar um elo comum com a meia-maratona", considera.
O pesquisador constatou ainda que a música também é uma ótima maneira de regular o humor, tanto antes como durante as atividades físicas. "Muitos atletas se apegam à música como se fosse uma droga lícita, utilizando-a como estimulante ou sedativo. A excitação também pode se reduzir no caso de se ouvir uma canção mais lenta", afirma.
A relação com o desempenho atlético é apenas um exemplo dos avanços médicos que os cientistas buscam analisar para compreender melhor o incrível poder da música sobre a mente e o corpo. Eles acreditam que essa força é capaz de acabar com dores, reduzir o estresse e aumentar a capacidade cerebral das pessoas.
Redução de estresse
Cada vez mais profissionais da saúde, incluindo a pediatra Linda Fisher, do centro hospitalar da Universidade de Loyola, em Illinois, nos Estados Unidos, utilizam músicas terapêuticas para tratar pacientes em hospitais, hospícios e outras unidades hospitalares.
Linda Fisher explica que as canções tocadas não necessariamente já são familiarizadas com os enfermos. "A música tem um poder de cicatrização capaz de colocar a pessoa em um estado de tranqüilidade, controlado pelo ritmo e qualidade dos tons que compõem a melodia", avalia.
Estudos realizados no início da década de 1990, no Bryan Memorial Hospital, em Nebraska, e St. Mary's Hospital, no Wisconsin, concluíram que o hábito reduz significativamente a freqüência cardíaca e controla a pressão arterial e a velocidade respiratória de pacientes submetidos à cirurgias.
Em 2007, uma pesquisa na Alemanha indicou que a musicoterapia ajudou a melhorar as habilidades motoras de pacientes que se recuperavam de acidentes vasculares cerebrais. Entre outros efeitos encontrados, o tratamento também pode impulsionar o sistema imunológico, melhorar o foco mental, ajudar a controlar a dor, criar uma sensação de bem-estar e reduzir a ansiedade de pacientes que aguardavam cirurgia.
Em outro estudo recente da escola de enfermagem da Kaohsiung Medical University, em Taiwan, a musicoterapia reduziu a tensão psicológica de grávidas após uma avaliação com 236 mulheres. A pesquisadora Chen Chung-Ei informou que as grávidas apresentaram significativas reduções de estresse, ansiedade e depressão depois de ouviram diariamente durante 30 minutos CDs com músicas infantis, da natureza e de compositores como Beethoven e Debussy. Os resultados foram divulgados no jornal científico Journal of Clinical Nursing.
Música e exercícios
Costas Karageorghis explicou os efeitos da música quando se está praticando atividade física em um ginásio. Primeiro, ela reduz a percepção em cerca de 10% de como a pessoa está se saindo durante a baixa intensidade da atividade. No caso de alta atividade, a música não funciona tão bem porque o cérebro fez com que se preste atenção aos sinais de estresse fisiológico.
Em segundo lugar, a música pode influenciar o humor, elevando potencialmente os seus aspectos positivos, como a energia, entusiasmo e felicidade, e reduzindo a depressão, tensão, fadiga, raiva e confusão.
Em terceiro lugar, a música pode ser usada para definir o ritmo do indivíduo, como no caso do etíope Haile Gebrselassie, que escuta a canção tecno "Scatman" nas competições - o atleta conquistou o ouro nos 10 mil metros dos Jogos Olímpicos de Sidney, em 2000. O último efeito, segundo Karageorghis, é o de que a musicalidade pode superar o cansaço e controlar a emoção durante uma competição.

O Poder Curador da Música
Para timidez, Beethoven; esgotamento nervoso, Joseph Haydn; depressão constante, as valsas de Strauss; insônia ou enxaqueca, Franz Schubert.
 Estas são algumas das receitas musicais que médicos europeus e americanos passam a seus pacientes. Os resultados são extraordinários e indicam uma grande redescoberta do poder da música,coisa bem conhecida pelos antigos. Um poder que pode curar e dar a vida, mas que também pode, se mal usado, até matar.
Pânico e pavor mortal, acalmados pela música
    Os gregos tratavam distúrbios “da consciência” de um modo bastante metódico e curioso.
Com a ajuda de certos estímulos sonoros e melodiosos, eles intensificavam o efeito psicopático até que o paciente chegasse a uma explosão, descarregando, assim, toda a tensão acumulada.
    Maníacos religiosos, por exemplo, tinham que ouvir continuamente certas melodias na flauta, conhecidas por intensificarem êxtases religiosos. E tinham que ouvir essas melodias até que a sua própria alucinação, intensificada ao extremo, se “esvaziava”.
    Os gregos conseguiram acalmar o pânico e todos os tipos de pavores mortais, através da música. Um exemplo moderno: quando o navio Titanic chocou-se com um iceberg e começou a afundar, o capitão mandou a orquestra tocar hinos religiosos, o que acalmou a todos e permitiu que o trabalho de salvação prosseguisse tranquilamente.
    Podemos, sem dúvida alguma, aceitar o fato de que o povo grego tinha, como nenhum outro teve até hoje no Ocidente, uma experiência muito grande da influência sugestiva da música.
    Os romanos provavelmente imitaram as curas musicais dos gregos, mas temos poucas provas disso. O escritor Plínio, o Velho (23-79 d.C.), conta que doenças do baço podiam ser curadas com a ajuda da música. E o imperador Adriano (76-13 a.C.), possuidor de um grande conhecimento de medicina, conseguia, através da música, sugar a água dos corpos dos pacientes que sofriam de barriga-d’água.
    Na Idade Média tentou-se, com pouco resultado, aplicar a terapia musical. Procurou-se, por exemplo, combater a peste com canções e danças, porém, sem o conhecimento mais profundo dos gregos. Uma doença que se espalhou por todos os lados em pouco tempo, naquele período, foi a “fúria dançante”, ou coreomania. Seus sintomas eram uma exaltação espasmódica, com movimentos de dança e tremores nervosos, baseada em sugestão em massa. Esta doença ocorria sempre depois das grandes epidemias de peste.
    A “fúria dançante” ocorreu pela primeira vez numa aldeia das margens do rio Reno. Uma moça começou de repente a dançar como louca, sem música e sem qualquer motivo aparente, e foi seguida por outras moças, e depois por mais mulheres, homens e crianças, às centenas. Eles abandonaram sua aldeia e, dançando, foram percorrendo as aldeias e cidades vizinhas. Apenas na cidade de Metz, 1.100 casais foram tomados pela “loucura dançante”.
    Como numa epidemia, toda a parte oeste da Alemanha estava contaminada pela doença. As autoridades recorreram, então, a um último recurso: colocaram, nas praças e feiras, músicos que, tocando sem parar, intensificaram de tal forma o frenesi dos dançarinos, que eles se esgotaram totalmente, descarregando sua energia numa última explosão de loucura. Antes do que se esperava, a epidemia terminou.
    Na Idade Média acreditava-se tanto no poder curador da música que se tentou curar doentes com instrumentos musicais feitos com determinados materiais que se julgava apropriados para tal. Contra a peste, por exemplo, tocava-se música num violão feito da madeira de uma árvore de louro, e usava-se uma flauta feita de certas partes de um rícino (ótimo laxativo). Uma pessoa atacada de reumatismo tinha que ouvir música de um instrumento feito da madeira do álamo, e contra desmaios aconselhava-se a música de instrumentos feitos do pau-de-canela.
    Conforme os escritos de muitos médicos da Idade Média, embora suas afirmações não tenham a base metódica sobre a qual os gregos fundaram suas terapias, a música mostrava-se eficaz no tratamento das seguintes doenças: enxaqueca, febres intermitentes, tétano, insônia, epilepsia e histeria.
Freqüentemente, a música é associada a eventos significativos da vida, e ultrapassa todas as línguas e barreiras culturais. Ela é muito mais do que diversão. Ritmo, harmonia e melodia são capazes de gerar sensações de calma, ansiedade, paz, medo; de alterar o comportamento das pessoas; e até de ajudar a tratar de problemas de saúde.
Uma das primeiras referências escritas sobre o poder da música aparece na Bíblia (I Samuel, capítulo XVI, versículo 23). Consta que Davi tocava sua harpa para aliviar a depressão e os ataques de fúria do rei Saul. Há séculos políticos, governantes e igreja usam a música em prol das suas idéias. A fim de ajudar a fixar fórmulas e teorias professores também fazem uso da música em suas aulas. Ninguém questiona o poder que ela exerce sobre o humor de cada um. Capaz de acalmar ou agitar, ela está sendo usada também cientificamente para curar. Pesquisas realizadas com modernos equipamentos de tomografia e ressonância magnética comprovaram que a música consegue alterar a atividade cerebral e influenciar o fluxo de neurotransmissores como a serotonina, que controla o humor e a sensação de prazer, e a endorfina e a encefalina, responsáveis pelo estado de bem-estar e de total relaxamento, respectivamente. Além disso, a música também consegue mudar a freqüência cardíaca e a respiratória. E mesmo sem saber dos seus benefícios ou talvez sem dar conta de seu poder, quase todo mundo usa, instintivamente, a música a seu favor. Escolhe as românticas para embalar o namoro, as mais agitadas para dar aquela energia antes da noitada e, na hora de dormir, liga o rádio baixinho e com melodias tranqüilas. Em geral a receita é mesmo essa: músicas menos dissonantes, como a erudita, trazem sensação de calma e tranqüilidade; já as ritmadas, como rock, causam euforia. Mas nem sempre isso dá certo. Para um adolescente, por exemplo, ouvir Bach (compositor usado na musicoterapia para relaxar) pode ser uma tortura. Os jovens normalmente se sentem melhor com músicas mais agitadas.
O som, como sabemos, é uma forma de energia que se manifesta de várias formas, cujas freqüências podem ressonar em objetos. A música pode ser considerada uma sofisticação da energia sonora, envolvendo tons e ritmos das mais variadas formas. Cada nota musical traz, em si, uma freqüência de som que, segundo alguns estudiosos, carrega um estado vibratório. A melodia resultante dessas freqüências resulta num certo tipo de vibração. Então podemos dizer que cada música tem um determinado “estado energético” e pode influenciar os elementos ao seu redor. Alguns músicos acreditam que estejam conectados a algo maior quando recebem inspiração para compor. Conhecemos bem o efeito que música tem principalmente sobre nossas emoções e o poder que ela tem de induzir estados emocionais. Por isso, cada vez mais ela vem sendo usada em terapia de doenças psíquicas, associada ou não a técnicas corporais. Também pode ser aplicada para melhorar a concentração e conduzir a estados meditativos. Não há dúvida que a música gera bem estar, mas o contrário também pode ocorrer, alguns tipos de ritmos musicais podem gerar desconforto emocional e físico. Alguns estudiosos crêem que a combinação de notas musicais gera um padrão vibratório com poder de atuar em nossa energia. Desse modo, podemos ter músicas com padrões mais densos e outras mais sutis. De fato, a experiência realizada por Mr. Masaru Emoto com a molécula de água evidencia que o estilo musical afeta a estrutura das moléculas. Usando técnicas fotográficas, Emoto verificou que a água quando exposta ao som de Bach, apresentava uma estrutura geométrica semelhante à água cristalina enquanto que, exposta a heavy metal assemelhava-se a estrutura de água poluída. Além disso, também constatou a influência das palavras. Uma frase com palavras amorosas mostrou a mesma estrutura da água que “ouviu” Bach e, frases com conteúdo agressivo mostraram uma estrutura como a exposta ao heavy metal. Então, se considerarmos que nosso corpo é formado quase 70% de água, podemos imaginar o efeito que a música e suas respectivas letras têm. Isso é interessante porque nos chama atenção para a qualidade de música que ouvimos. Assim como devemos estar atentos aos nossos pensamentos, não podemos negligenciar a qualidade dos sons a nossa volta. Mesmo quando não percebemos, tais sons podem estar atuando sobre nosso organismo. Pesquisas científicas têm demonstrado que a freqüência de sons atuam sobre as células, no movimento e partes do citoplasma, e no núcleo onde podem ativar certos genes. Isso nos leva a crer que os organismo vivos estão sujeitos a ação de padrões musicais. Algumas experiências com vacas leiteiras e vegetais mostram aumento na produção quando expostos a música clássica ou instrumental. Ouvir música faz bem, principalmente se elevar nosso padrão vibratório como Bach, Mozart, Strauss e tantos outros mas, como tudo na natureza busca o equilíbrio e também porque somos humanos, às vezes é preciso ouvir um heavy metal para “descarregar”.
A música que as cobras ouvem
    Em seu livro "O Senhor Gurdjieff", Louis Pauwels diz o seguinte: “A música objetiva baseia-se sobre as oitavas inferiores. Ela não somente é capaz de causar resultados psicológicos, mas também determinados resultados físicos”.
     Existe música, sustenta Pauwels, que faz a água congelar e música capaz de matar uma pessoa imediatamente. A história bíblica dos muros de Jericó, derrubados pela música, é uma história sobre música objetiva. Normalmente, a música, como qualquer outra expressão artística, é incapaz de destruir edifícios, mas a música objetiva pode fazê-lo. E ela pode tanto destruir quanto construir.
    Ainda segundo Pauwels, a música dos hipnotizadores de cobras também é, embora primitiva, uma forma de música objetiva. Muitas vezes esse tipo de música baseia-se em apenas um tom, durante bastante tempo. Esse tom parece variar muito pouco, mas nele se encontram continuamente oitavas inferiores, e melodias de oitavas inferiores inaudíveis para nós, mas que podem ser sentidas. E é essa a música que a cobra ouve, ou melhor, sente, e a ela obedece.
    “Se conseguíssemos fazer esse tipo de música de uma forma mais complicada (e quem diz que isso já não é feito hoje em dia, sem que o saibamos?), os seres humanos iriam obedecer a ela”, conclui Pauwels.
    Helena Petrovna Blavatsky defende o mesmo ponto de vista de forma ainda mais clara:
— O som é uma força oculta terrível, capaz de elevar a pirâmide de Queops no ar.
    Entretanto, como já vimos anteriormente, a música tem também muitos aspectos positivos e pode ser usada para curar pessoas. Música rápida e alegre aumenta a velocidade das batidas do coração e, assim, todos os órgãos começam a funcionar com maior velocidade. Música lenta e sombria anuvia a vista e abaixa a pressão.
    Existe nos Estados Unidos um instituto dedicado a pesquisas sistemáticas sobre a música terapêutica. Neste instituto, os pacientes são submetidos às mais diversas irradiações musicais. Por exemplo, quando o paciente sente medo, ele é tratado com a Primeira Sinfonia, de Johannes Brahms; se o paciente tem tendências neuróticas, utiliza-se a Abertura de Guilherme Tell, de Rossini; e, se o paciente estiver com estafa, usa-se a Appassionata, de Beethoven.
    Em geral, aconselha-se às pessoas tímidas e psicologicamente bloqueadas ouvir muito Beethoven; às pessoas com esgotamento nervoso, Joseph Haydn; às pessoas que sofrem depressões constantes, as valsas de Johann Strauss (não importa se as do pai ou as do filho); e às pessoas que sofrem de insônia ou enxaquecas, Franz Schubert.
    Na Inglaterra existem desde 1884 coros musicais que se dedicam exclusivamente a fins terapêuticos. Também na Alemanha a música é utilizada para o tratamento de pacientes em hospícios e sanatórios. Nesse país, existem desde antes da Segunda Guerra Mundial médicos “musicais” que viajam de um sanatório a outro, tratando dos pacientes e conseguindo muitas vezes curas praticamente milagrosas. Doentes mentais exaltados, que gritam e cantam sem parar, são acalmados com improvisações de harmônio. Nestes casos, os médicos tentam estabelecer um contato musical com os pacientes, procurando entender a natureza de suas doenças. Os resultados muitas vezes são impressionantes.
    Quase todos os cientistas aceitam hoje o fato de que doentes mentais podem ser curados com a ajuda de música. Mas as pesquisas nesse campo não se limitam aos distúrbios mentais. Hoje em dia e já durante alguns anos, vem-se fazendo experiências com a terapia musical em doenças que até então não respondiam à influência restabelecedora da música.
    As experiências com terapia musical durante a anestesia mostraram que a música não se limita a agir sobre o corpo humano. Sua esfera de influência vai além das fronteiras da consciência, chegando às profundezas do inconsciente, de onde surgem, talvez, nossas energias mais vitais e essenciais.  
Operações com música escolhida
    O chefe da seção de anestesia do hospital de Luneburg, doutor Wit-tenberg, disse que os pacientes podem, durante uma operação, ouvir sua música preferida, mediante um fone de ouvido. Basta-lhes escolher uma fita da coleção variadíssima do próprio hospital.
    Pesquisas feitas nos grandes hospitais da Alemanha provam que cada vez mais os médicos estão usando a música como terapia durante operações. Também o dr. Sommer Pedersen, do hospital da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, faz hoje a maioria de suas operações sob os sons de música ligeira. E o médico sueco dr. Erik Block, chefe da seção de ginecologia de um hospital, diz:  - Combinando as músicas de Mozart com a hipnose, durante o parto, conseguimos diminuir consideravelmente a mortalidade dos recém-nascidos. No ano passado, conseguimos salvar a vida de mais de trinta bebes graças à música.
    Block acha que a música ajuda as mães a se relaxarem, encurtando o tempo do parto.
Muitos médicos estão também utilizando a música em seus consultórios a fim de relaxar seus pacientes, pois, geralmente, quem vai consultar o médico ou o dentista sente-se meio apavorado, o que aumenta a pressão e pode ser perigoso para pessoas muito medrosas.
    Diz um médico alemão: “Na sala de espera de meu consultório toco fitas escolhidas especialmente por um terapeuta musical. Cada peça dura mais ou menos dezesseis a vinte minutos, e, depois de um intervalo da mesma duração, segue-se outra música. Desde que passei a tocar Mozart, Tchaikowsky e Beethoven no meu consultório, os pacientes sentem-se muito melhor”.
    Isso tudo mostra que em nosso tempo o tratamento através da música está se tornando cada vez mais comum e natural. Mesmo a medicina moderna, com seus enormes progressos, entendeu o grande valor da música como terapia, reconhecendo, assim, a sabedoria dos antigos.
    Disse Benno Ramstetter na revista "O Outro Mundo":   “Talvez somente uma ‘filosofia da música’ conseguirá explicar o porquê da ação terapêutica da música. Não podemos esquecer, porém, que a música não exerce sua maior influência sobre a superfície da percepção, mas sobre o inconsciente psíquico. A paixão religiosa e o fogo das sinfonias de Beethoven não desaparecem com os últimos sons nem com o término da audição pelo ouvinte. A música é uma substância purificadora e psíquica. Permanece presente e ativa mesmo após o término dos acordes e melodias. Ela age como uma força que nos ajuda a ir do inconsciente para o essencial, que nos cura e enobrece”.
    A ligação entre música e medicina, entre médico e músico, era reconhecida e colocada como um ideal mesmo nos tempos mais remotos, entre povos primitivos. Não é coincidência que muitos dos médicos mais famosos de outrora tenham sido também músicos de renome.
 A música e sua origem divina
De acordo com escrituras e mitologias de todos os povos a música, assim como as demais expressões da arte, foram trazidas aos homens pelos deuses. Na remota antiguidade, a música era empregada com a sagrada finalidade de reverenciar o Ser Supremo. Sua finalidade era a de expressar as cosmogonias, elevar a alma humana às alturas das esferas espirituais. Todas as expressões artísticas desenvolveram-se á luz dos ritos iniciáticos, com a finalidade de expandir a consciência dos inciados durante as cerimônias sagradas, abrindo-lhes a captação psíquica para experiências transcendentes.
Com o tempo a arte saiu do âmbito dos templos e do sagrado, vulgarizou-se, caiu na banalização das massas, passando a refletir seus instintos inferiorizados, anseios embrutecidos e a desmesurada ambição pelo lucro e a fama.
O poder oculto da música
Atualmente a ciência, sobretudo no campo da medicina e da psicologia, vêm redescobrindo verdades e conhecimentos que os antigos sábios detinham sobre o poder oculto da música.
Hoje sabemos que basta estarmos no campo audível da música para que sua influência atue constantemente sobre nós, acelerando ou retardando, regulando ou desregulando as batidas do coração; relaxando ou irritando os nervos; influindo na pressão sanguínea, na digestão e no ritmo da respiração, exercendo alterações sobre os processos puramente intelectuais e mentais.
Modernos pesquisadores estão começando a descobrir que a música influi no caráter do indivíduo e, ao influir em seu caráter, significa alterar o átomo ou unidade básica - a pessoa - com a qual se constrói toda a sociedade.
Os grandes sábios da China antiga até o Egito, desde a Índia até a idade áurea da Grécia acreditavam que há algo imensamente fundamental na música que lhe dá o poder de fazer evoluir ou degradar completamente a alma do indivíduo e, desse modo, fazer ou desfazer civilizações inteiras.
Assim, "uma inovação no estilo musical tem sido invariavelmente seguida de uma inovação na política e na moral", conclui um estudioso moderno.
O Messias, de Handel
A influência da música sobre o nosso comportamento é algo que desperta cada vez mais o interesse dos estudiosos. Ela pode influenciar no comportamento de toda uma nação, como por exemplo ocorreu com o rei George III, na Abadia de Westminster, durante uma apresentação de Handel. A certa altura da apresentação da obra o Messias (o coro da Aleluia) o rei se pôs em pé, sinal para que todo o público se levantasse. Ele estava chorando. Nada jamais o comovera tão vigorosamente. Dir-se-ia um grande ato de assentimento nacional às verdades fundamentais da religião.
Os diferentes tipos de música levam-nos a manifestar comportamento mentais-emocionais específicos. Em certas circunstâncias, somos induzidos a alterar procedimentos em função dos diferentes estados de consciências que a música, involuntariamente, pode nos levar a alcançar. Assim, sob sua influência, podemos tomar a decisão impulsiva e decisiva para iniciar ou terminar um determinado relacionamento amoroso, ou ainda, quem sabe, aumentar ou diminuir a velocidade de nosso carro num lugar inapropriado.

Ponto de vista
"Visto que nos encontramos neste estado degradado de imperfeição moral, será melhor sermos práticos, harmonizarmos nossa música e, pelo mesmo processo, começarmos a compor uma nova e melhor forma de arte. Uma arte de acentuada sublimidade poderá, por si só, levar-nos de volta aos céus." (Bach)
"Sinto-me obrigado a deixar transbordar de todos os lados as ondas de harmonia provenientes do foco da inspiração. Procuro acompanhá-las e delas me apodero apaixonadamente; de novo me escapam e desaparecem entre a multidão de distrações que me cercam. Daí a pouco, torno a apreender com ardor a inspiração; arrebatado, vou multiplicando todas as modulações, e venho por fim a me apropriar do primeiro pensamento musical. Tenho necessidade de viver só comigo mesmo. Sinto que Deus e os anjos estão mais próximos de mim, na minha arte, do que os outros. Entro em comunhão com eles, e sem temor. A música é o único acesso espiritual nas esferas superiores da inteligência." (Beethoven)