quinta-feira, 6 de setembro de 2012

A ESCOLA DE CRISTO


A arte de pensar é a manifestação mais sublime da inteligência. Todos pensamos mas nem todos desenvolvemos qualitativamente a arte de pensar. Muitos homens, ao longo da história, brilharam em suas inteligências e desenvolveram algumas áreas importantes do pensamento como: Sócrates, Platão, Hipócrates, Confúcio, Sáquia-Muni etc...
A temporalidade da vida humana é muito curta. Em poucos anos encerramos o espetáculo da existência. Infelizmente, poucos investem em sabedoria neste breve espetáculo, por isso não se interiorizam. Se compararmos a lista dos homens que brilharam em suas inteligências e investiram em sabedoria ao contingente de nossa espécie, ela se torna muito pequena.
Houve um homem que viveu a muitos séculos e que não apenas brilhou em sua inteligência, mas teve uma personalidade intrigante, misteriosa e fascinante. Ele conquistou uma fama indescritível. Ele destilava sabedoria diante de suas dores e era muito íntimo na arte de pensar. Esse homem foi Jesus Cristo.
Ele não cresceu debaixo da cultura clássica da sua época, mas perturbou profundamente a inteligência dos homens mais cultos da sua época. Os escribas e os Fariseus, que eram os intérpretes e mestres da lei e possuiam uma cultura milenar e rica, ficaram chocados com os seus pensamentos. O sistema religioso não foi tolerante com ele, mas ele foi tolerante e dócil com todos, mesmo com seus opositores. Cristo vivenciou sofrimentos e perseguições desde a sua infância. Foi incompreendido, rejeitado, zombado e até cuspido no rosto.
Cristo era real ou fruto da imaginação dos autores do evangelho? Vamos às evidências. Se os evangelhos fossem frutos da imaginação dos seus autores eles não falariam mal de si mesmos, não comentariam a fragilidade e o vexame que fizeram ao dispersarem quando Cristo foi preso. Quando Cristo se entregou aos seus opositores e deixou sua eloquência e seus atos sobrenaturais, os discípulos ficaram frágeis e confusos. Naquele momento tiveram vergonha dele, sentiram medo e o abandonaram.
Pedro jurou que não abandonaria o mestre que tanto amava mas, numa situação delicada, o negou. E não apenas uma vez, mas três vezes, e ainda na frente de pessoas sem qualquer poder político. Quem contou aos autores dos evangelhos que Pedro negou a Cristo por três vezes? Pedro mesmo contou, teve a coragem de contar. Para Lucas ele não só contou os fatos, mas expôs os detalhes de sua negação; todos os evangelhos relatam Pedro negando a Cristo. Porém quando Pedro o nega pela terceira vez, somente Lucas comenta que Cristo, naquele momento, voltou-se para Pedro e o olhou fixamente. Cristo, mesmo sendo espancado e injuriado, ainda assim esqueceu-se de sua própria dor e se preocupou com Pedro.
Cristo não frequentou os bancos de uma escola, nem cresceu aos pés dos intelectuais da terra.
Na escola de Cristo a maioria das pessoas não investem em sabedoria. Nessa escola a velhice não é sinal de maturidade. Nela os títulos acadêmicos, o status social e a condição financeira não refletem riqueza nem significa sucesso. Nessa escola, os melhores alunos não são os que se gabam dos seus sucessos, mas os que reconhecem suas limitações. Na escola de Cristo , muitos intelectuais, cientistas, psiquiatras e psicólogos são pequenos aprendizes. Na escola de Cristo o orgulho e a auto-suficiência infectam a sabedoria e abortam a arte de pensar. Nela ninguém se diploma, todos são eternos aprendizes. Todos devem ter a postura intelectual de uma criança, que é aberta, despreconceituosa e com grande disposição para aprender.
Colocar-se como aprendiz diante da vida é uma verdadeira inteligência. Uma pessoa que possui esta caracteristica é sempre criativa, lúcida e brilhante intelectualmente. Faz bem a saúde do cérebro e à saúde psíquica colocar-se como aprendiz diante da escola da existência. De todas as caracteristicas da escola de Cristo, a do amor é a mais elevada e a mais nobre, e ao contrário do que possamos pensar, é uma das mais difíceis de se compreender, pois ultrapassa os limites da razão e da lógica. Amar é provavelmente a necessidade universal mais sublime e mais difícil de ser atendida.
O amor de Cristo é singular, ninguém jamais pode explicar. Ele nos deixou um pedido: Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.
Esli2004

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