quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
A SINAGOGA
Lugar destinado à oração. As sinagogas serviam também para o funcionamento dos tribunais e para escolas. Antes do cativeiro as práticas religiosas de elevada categoria somente eram celebradas no templo de Jerusalém. A lição das Escrituras fazia-se publicamente em qualquer lugar, Jr 36.6,10,12-15. O povo tinha liberdade de procurar instrução em casa dos profetas, onde quer que estivessem, 2Rs 4.38. Enquanto durou o cativeiro em Babilônia, era impossível assistir ao culto no templo de Jerusalém, e por isso foram-se erguendo sinagogas em diversas partes, dentro e fora da Judéia. Na sinagoga não se ofereciam sacrifícios: liam-se as Escrituras e fazia-se oração. No Antigo Testamento não se encontram referencias a estes lugares de adoração. Desde o primeiro século da era cristã que há noticias da existência de sinagogas nos lugares onde havia judeus. Até mesmo em pequenas localidades fora da Palestina, encontram-se sinagogas, como em Salamina, na ilha de Chipre, At 13.5, Antioquia da Pisídia, At 14, Icônio, At 14.1, Beréia, At 17.10. Nas grandes cidades, como Jerusalém e Alexandria, At 6.9, havia muitas sinagogas. Estas comunidades religiosas, mantinham existência separada do estado. Contudo, os seus negócios civis e religiosos eram subordinados às leis do país em que viviam. Um corpo de anciãos dirigia os negócios da sinagoga e da comunidade religiosa por ela representada, Lc 7. 3,5. Os principais encarregados da direção do culto, mantenedores da ordem e que tomavam conta das cousas temporais, eram os seguintes:
1. O príncipe da sinagoga, At 18.8. Em algumas sinagogas havia vários chefes em exercício, At 13.15; Mc 5.22. O príncipe é quem presidia ao culto. A leitura das Escrituras, as orações e as exortações, At 13.15, eram feitas por membros para esses fins designados, sob responsabilidade do príncipe, Lc 13.14. Os atos de culto não eram exercidos por oficiais permanentes para isso destinados, e sim por membros particulares que manifestavam aptidões. Jesus leu as Escrituras na sinagoga de Nazaré e muitas vezes entrava nelas para ensinar, Mt 4.23. Os chefes da sinagoga de Antioquia de Pisídia, convidaram a Paulo e Barnabé a fazer exortações, ao povo.
2. Além do príncipe da sinagoga, havia oficiais de categorias inferiores, encarregadas de entregar o livro da lei a quem o ia ler, e pô-lo outra vez no seu lugar. Estes oficiais também executavam as penas impostas pelo tribunal aos delinqüentes, Lc 4.20.
3. Os encarregados de administrar as esmolas, Mt 6.2.
4. Os homens ricos da congregação, em número indeterminado, representavam a comunidade nos dias de culto, que se reunia em cada sábado para adorar a Deus, At 15.21, e também no segundo e quinto dia da semana para ouvir ler as Escrituras.
Os homens tomavam assentos separados das mulheres. Um dos membros da sinagoga é quem fazia oração. Consistia principalmente na leitura de Dt 6.4-9; 11.13-21; Nm 15.37-41, e em repetir algumas, ou todas as dezoito orações e bênçãos. O povo ficava em pé durante as orações, Mt 6.5; Mc 11.25, e todas as pessoas presentes diziam Amém, quando terminavam. A leitura da lei fazia-se, At 15.21 por diversos assistentes, cada um dos quais lia um parágrafo alternadamente; começava e terminava com ação de graças. Seguia-se uma lição dos profetas que era lida pela mesma pessoa que abria o serviço com oração. Depois da leitura fazia uma exposição sobre ela, ou o leitor, ou qualquer outra pessoa presente, Lc 4.16-22; At 13.15. O culto terminava com a bênção, pronunciada por um sacerdote, se havia algum presente; e a congregação dizia, Amém. Os judeus denominavam a sinagoga de casa das reuniões.
Existem ruínas de antigas sinagogas em Tell Hum de Galiléia, que parece ser o antigo local de Cafarnaum, em Irbid, Kefr Birim, Nebartein e em alguns outros lugares. Eram construções retangulares, voltadas para o norte e para o sul, tinham uma porta larga no centro e duas menores, uma de cada lado na parte sul. O interior dividia-se em cinco naves formadas por quatro ordens de colunas. Os ângulos do lado setentrional tinham duas colunas uma de cada lado. Em Tell Hum, as colunas são ornadas de capitéis coríntios; e em Irbid são um misto de coríntio e iônico. As lumieiras das portas centrais geralmente eram ornamentadas com representações de folhas de parreira com cachos de uva. Nas ruínas da sinagoga de Nebartein vê-se a representação do candeeiro do templo, com uma inscrição; na de Kerfr Birim, uma figura que parece ser do cordeiro pascoal, e em Tell Hum vê-se também a mesma figura com ela a do vaso que guardava o maná. O espaço destinado aos assistentes continha uma estante, ou púlpito onde se liam as Escrituras, um armário para guardar os rolos dos livros e alguns assentos destinados às pessoas mais ricas da congregação e aos anciãos, Mt 23.6; Tg 2. 2,3. Os lugares mais distintos ficavam próximos do armário onde se guardava a lei. Os homens ocupavam lugares separados das mulheres. Havia lugares reservados onde se aplicavam os castigos decretados pelas autoridades da sinagoga, Mt 10.17; At 22.19. A grande sinagoga é o nome de um concílio, organizado por Neemias no ano 410 aC. formado de 120 membros. Esdras era o presidente. Os profetas transmitiam a esta corporação a lei de Moisés. Simão o Justo, que morreu no ano 275 aC., foi um dos últimos membros deste concilio que foi substituído pelo sanedrim. A sua função principal era reorganizar o culto religioso entre os que voltavam do cativeiro e coligir os livros canônicos. Tal é a tradição judaica a este respeito. A existência da grande sinagoga parece ter cessado, visto não haver mais notícias a seu respeito nos livros Apócrifos, nas obras de Josefo e nas de Filo, e nem mesmo consta nas Escrituras.
Fonte: Dic. Da Bíblia John Davis
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